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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

“Reinado de Ódio”

Há fogo e fumaça por todo lado
Num país que está armado
Com metralhadoras e palavras
De ódio e revanchismo alado
Que por muito tempo ficou calado
Escondido atrás do armário.

Ninguém nunca está a salvo
Quando vive sempre forçado
A entregar toda batalha
Como um disco arranhado
Sempre com o mesmo engasgo
Como num transe hereditário.

Não há luz no fim do túnel
Nem cavalaria que salve
Quando reina a hipocrisia
E gritar a última sentença
É mais importante que estar certo
Quando a raiva é o mote
E o amor a Deus, à pátria 
E à família tradicional
São as desculpas.

Escondendo toda culpa
Omitindo todo o mal
Se prendendo a falácias
Sobre vida e sobre morte
Num silencioso deserto
Onde toda e qualquer diferença
É motivo de antipatia
Pra que todos se armem
E despejem todo o fel.

Mas há de chegar a hora 
Em que tudo irá passar
Pode até demorar
Mas a verdade há reinar
E a maldade irá se abrandar
Nem que seja no limiar
Na beirada de uma cova.


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