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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Violência: Uma constante na história da humanidade

Pinturas rupestres já retratavam
guerras entre tribos
A violência é um instinto natural do ser humano, desde o surgimento dessa espécie específica na terra, quando ainda vivíamos em cavernas. Já dizia o pensador inglês Thomas Hobbes (1588-1679) que, em seu “Estado de Natureza”, “o homem é o lobo do homem”, e, mesmo que não haja batalha, a guerra está latente em seu íntimo, e pode acontecer a qualquer momento, mesmo que sem nenhuma razão aparente. 

É como se os egos estivessem em constante rota de colisão e fôssemos feitos pra não nos entendermos (nem vivermos em paz). Basta observar alguns restos mortais mais antigos de homens que viveram há mais de 10 mil anos, alguns mortos a pedradas ou golpes de tacapes ou objetos pontiagudos em seus crânios ou ainda as pinturas rupestres tão antigas quanto. Logo que começaram a registrar de alguma forma seu cotidiano, havia caça, pesca, e as guerras, que implica em violência. Por território? Pela sobrevivência? Tanto faz, o que importa é que a violência existe desde sempre e ao longo do tempo só os motivos vão mudando.

Plateia se diverte com violência na arena, em cena
da telessérie "Spartacus"
Na Antiguidade, grande parte da violência foi despendida em guerras por território, culminando no expansionismo romano, que resultou em muitos prisioneiros de territórios conquistados, mudando muito o quadro, fazendo com que o ser humano finalmente revelasse sua verdadeira “simpatia” pela violência, que por vezes acabou tornando-se o centro do espetáculo, entretenimento puro, o centro das atenções na conhecida política do “pão e circo”, onde pobres escravos e prisioneiros de guerra eram obrigados a tornarem-se gladiadores e lutarem até a morte com seus iguais ou mesmo feras famintas, como tigres e leões. Era a “violência pela violência” e as pessoas se divertiam com isso. A própria morte de Jesus de forma violenta foi um grande espetáculo exigido pelo próprio povo que ele tanto defendia. Ou você pensa diferente? Daí tivemos uma grande evolução na arte da guerra e de infligir dor e desespero em outro ser humano de formas antes inimagináveis. É a tortura, cuja ausência implicava na (absurda) não aceitação de uma confissão de quem quer que fosse por qualquer que fosse o crime a que estivesse atribuindo a si mesmo a autoria pela lei romana. Como as coisas mudam, não? 

Entre muitas e intrincadas curvas pelo caminho da violência (passando pela escravidão negra) chegamos ao ápice da brutalidade contra outro ser humano: o "Nazismo", onde, simplesmente por serem diferentes, pessoas eram obrigadas a viver em situação pior que animais, eram frequentemente torturadas, sujeitas à experiências médicas bizarras, passavam fome e eram assassinados aos montes. Não vou falar de tudo e todos que fizeram coisas horríveis ao longo de toda a história da humanidade, até porque são tantos e o espaço é tão curto e até mesmo o conhecimento deste que escreve. 

MMA é uma espécie de retorno 
ao Coliseu Romano
Meu intuito mesmo é chegar aos dias atuais, do “politicamente correto”, onde tanto se defende o fim da violência em espetáculos eminentemente de entretenimento, sobretudo esportes (MMA), filmes (300) e séries de tevê (Spartacus), quando sempre que as pessoas passam por um acidente de trânsito e não resistem a dar aquela olhada direta no centro do furacão pra saber se alguém morreu, principalmente, ver o estado que a pessoa ficou. Você já se perguntou por que? E os esportes violentos de hoje? Será que não são apenas uma reimaginação do antigo Coliseu romano, com novos gladiadores, que lutam de forma violenta, algumas (poucas) vezes terminando até em morte, como outrora? E os filmes violentos, por vezes tão divertidos (que o diga Quentin Tarantino) será que não existem apenas pra saciar a sede de um público ávido por sangue?

Pulp Fiction: Quentin Tarantino domina a violência,
tornando-a divertida e repleta de humor negro
Poderíamos passar anos e anos discutindo sobre o assunto, mas o que continua valendo é que as pessoas gostam disso desde sempre e buscam não apenas em esportes e obras de ficção, mas também na vida real. Ou você nunca reparou que há um aumento substancial da audiência quando acontecem grandes tragédias? Uns podem dizer que é pela grande comoção social. Este escrevinhador, por outro lado, acredita que é pela possibilidade de ver cenas violentas diferentes das que estamos tão acostumados a ver no dia-a-dia. Simplesmente pra sair do marasmo... A vida é violenta, quer queiramos ou não e, infelizmente, esse legado é transmitido geração após geração e vai continuar sendo porque faz parte de nós, ainda que exista a classificação indicativa de idade (que acredito que deve existir, pois crianças são impressionáveis e isso pode refletir negativamente em sua formação), infelizmente estamos apenas adiando o inevitável, pois a "sede de sangue" é inerente à humanidade. O que não podemos é deixar que isso se reflita em nossas casas, com nossas famílias ou no trânsito, por exemplo. Já que ela é necessária, é melhor que fique apenas na ficção.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Leitura: Uma viagem sem sair do lugar

A palavra escrita é uma chave maravilhosa que abre as portas de vários mundos, sejam eles reais ou imaginários. Mundos infinitos, cujo único limite é a imaginação, não apenas de quem escreve, mas também do leitor, que participa ativamente na construção das imagens, lugares e ideias presentes em tudo que lemos. É como se o texto fosse apenas o "script" de um filme ou o esboço de um desenho, cujo acabamento é dado pelo leitor, que preenche as lacunas onde não há palavras ou há apenas subintenções sutis do autor (ou até mesmo seu desleixo com algum aspecto da história) usando sua própria experiência de vida, sua forma de pensar, enfim, usando um pouco de si mesmo o leitor acaba meio que "dirigindo" a história e criando sentidos próprios a tudo que lê.

Nos dias de hoje, num mundo cada vez mais audiovisual, aos poucos as pessoas vão deixando de lado o hábito da leitura formal, que a vista de muitos está ficando antiquada (que fique bem claro que não estou me excluindo desse grupo. Muito pelo contrário!). Queria aproveitar esse espaço exatamente pra gerar uma discussão sobre assunto. Pessoalmente adoro assistir filmes, série de tevê, peças de teatro, entre outras coisas. Considero formas válidas de cultura, entretenimento e até mesmo conhecimento/informação, mas, também pessoalmente, considero a leitura “pura” um prazer individual e um desafio muito maior que qualquer espetáculo, exatamente por esse domínio que o leitor tem sobre a obra, que além de lê-la, acaba complementando-a por sua "conta e risco".

Infelizmente a leitura demanda maior disponibilidade de tempo e força de vontade que outras obras artísticas, que já vem “mastigadas” e “embaladas” prontas para o consumo. A leitura é também um trabalho árduo, exige mais dedicação, mas o resultado final é uma experiência muito mais prazerosa, sobretudo quando lemos pela simples vontade de fazê-lo, sem obrigatoriedade alguma, seja o tipo de obra que for. Dar o primeiro passo é sempre a parte mais difícil, daí a importância de pais que incentivem o hábito (disponibilizando quadrinhos e livros infantis aos seus filhos desde bem novos) e também da exigência da leitura de obras paradidáticas nos currículos escolares e vestibulares e certo conhecimento das escolas literárias que permeiam a história da humanidade, como forma de compreender o pensamento de cada época e seus contexto, conhecendo melhor, a partir de então, a evolução histórica e social do nosso país e do mundo até culminar no que temos hoje. 

A partir desses primeiros "empurrõezinhos" é que começamos a pegar gosto pela leitura e, sem nem perceber devoramos livros e mais livros com uma fome voraz de conhecimento e entretenimento que começa a crescer dentro da gente, limitada apenas pela disponibilidade de tempo, pois as outras muitas obrigações e distrações também não param de crescer atualmente. Cabe a cada um de nós encaixar na nossa agenda esse tempinho só pra gente, que é tão bom e acaba nos engrandecendo muito como seres humanos. Pois quem gosta de ler por diversão, não tem tantos problemas pra estudar e absorver informações importantes nas mais variadas áreas de conhecimento da humanidade. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Horizontes Expandidos

Outro dia, conversando com um amigo sobre outro colega que sequer tive a honra de conhecer, soube que essa pessoa teve a ousadia/coragem/loucura de dar uma guinada completa em sua vida, abandonando um emprego estável e com remuneração razoável em busca de realizar um sonho relativamente recente e (provavelmente) sem nenhuma garantia se daria certo ou não numa nova cidade em outro Estado. Ambos concordamos que ele agia de impulso e que se arrependeria em breve dessa atitude, que consideramos impensada e descabida.

Mudar de direção não precisa 
ser algo tão assustador
Conversando com outras pessoas sobre o assunto, vi outros lados da situação: “talvez ele estivesse insatisfeito com o trabalho que tinha” ou “queria mudar de cidade” ou “queria mudar de vida”. Essas foram algumas das frases que ouvi de quem discordavam da minha opinião sobre o assunto. A partir delas tentei enxergar o outro lado da situação, vi que também pode ser bom sair de uma situação que se considera um marasmo desestimulante para uma nova vida que mesmo que há pouco tempo, acredita-se, ser o melhor para si.

Quero deixar claro que minha opinião sobre o assunto não mudou, apenas se expandiu, ampliei meus horizontes. Hoje avalio apenas que se for para fazer algo do tipo, deve-se fazer de forma pensada, e a longo prazo. Devemos nos preparar, principalmente financeiramente para tal empreitada, pois seria realmente uma loucura correr atrás de todo sonho fugaz que possa passar pela nossa cabeça e mudar o tempo todo. Mas, caso estejamos preparados e saibamos, ainda que de forma remota, onde estamos nos metendo, não há motivo para críticas a atitudes desse tipo. Pelo contrário. Pode até mesmo ser o melhor a fazer. Essa nova reflexão serviu até mesmo pra avaliar minhas próprias atitudes e metas. Tudo isso a partir de simples conversas sem grandes pretensões. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Caleidoscópico Destino

A vida é o aqui e o agora
Mas também o ontem e o amanhã
Como estradas que se perpassam
E entrelaçam o tempo todo.

Passado, presente e futuro
Ao mesmo tempo no mesmo lugar
Se refletindo e se modificando
Como um caleidoscópio de destinos.

O que você faz hoje
Complementa e desconstrói o que já foi
E preludia o que ainda virá
Criando eternamente novos caminhos
A serem trilhados por guias perdidos.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A vida é tão boa quanto você está disposto encará-la

Os bons momentos da vida são raros e, por isso mesmo, valiosos. Não que eu esteja querendo bancar o otimista, muito pelo contrário. É que se a gente não pensar dessa forma, fica difícil até mesmo mantermos a sanidade. Se a cada percalço da vida, cada pequeno problema que tropeçamos formos ficar pra baixo, e “entregarmos os pontos”, pensando que fomos derrotados e não tem mais jeito, nada que venha de bom vai conseguir passar por cima das experiências ruins que vivemos.

Pedras no caminho sempre haverão
Remoer coisas ruins não nos deixa seguir em frente. É uma espécie de âncora acorrentada ao nosso calcanhar que nos mantém no fundo de um mar de fantasmas, que são nossos problemas, e às vezes nos acostumamos com isso, e deixando de ver a beleza da vida nas pequenas coisas. No sorriso de uma criança, num belo dia de sol, naquela graduação que tanto lutamos pra terminar, em cada pequena ou grande conquista do dia-a-dia. 

A vida é uma estrada sem ladrilhos amarelos e salpicada de pedras enormes por toda sua extensão. Cabe a cada um de nós se deixar abater no primeira delas e desistir "de cara" ou tentar e tentar e, quem sabe tirar, cada pedra que nos impede de seguir em frente, ou ainda mudar de ideia e de direção, sem nunca deixar de seguir em frente. O importante é nunca deixar a “peteca cair”, encarando cada problema de frente, refletindo e tirando para si alguma coisa de boa diante de cada situação, seja ela qual for.

Às vezes uma “ideia fixa” também pode ser uma prisão e é nessas horas que devemos mudar de rumo, quando nada está dando certo. Essa é a hora de mudar e, quem sabe, até criar um caminho completamente novo a ser percorrido, mas sem nunca parar, até que, finalmente, chegamos onde todos, inevitavelmente, chegam. O fim da estrada, de onde ninguém nunca voltou pra contar (pelo menos, não cientificamente comprovado), mas quando esse longo percurso é bem trilhado, os que ficam vivem pra segui-lo e contar e recontar sua história e a de quem veio antes e lhe serviu e continua servindo como guia.